A contramão é a nova tática do presidente Bolsonaro para conter a alta dos combustíveis. Será o primeiro caso em que o governo pede para investigar o próprio governo. O jogo político entre o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados tem o objetivo de passar para a opinião pública a impressão na qual Bolsonaro e seu governo não têm nada com isso. Ou seja, não controla a Petrobras.
Não se pode esconder a preocupação de um presidente candidato à reeleição. Bolsonaro está sendo massacrado por uma empresa que tem a União como controladora. Indicou José Mauro Coelho para o cargo de presidente, com o objetivo de por freios nos reajustes. Bolsonaro o demitiu e, agora, quer a renúncia e uma CPI para investigar seus dirigentes e as contas da empresa. Outro aliado que está fazendo o presidente derreter é o agronegócio. O consumidor não aguenta mais pagar caro por verduras, legumes, carnes, ovos, frangos e pescados.
O Centrão quer a saída não só do presidente da Petrobras como, também, a cabeça do ministro da Economia Paulo Guedes. Deseja indicar um novo nome para tocar a política econômica e colocar no chão os preços dos produtos mais consumidos na mesa dos brasileiros. O presudente resiste, mas não se sabe por quanto tempo.
O descontrole da economia fez o governo, de forma equivocada, aprovar o teto de 17% de ICMS para contas de água, luz, telefone e combustíveis. Ao sancionar o projeto de autoria do deputado Danilo Forte (UB-CE), perderá em uma “canetada” o apoio de 27 governadores e 5.700 prefeitos. O presidente ainda está sendo pressionado a aprovar um outro projeto, que seria destinar recursos da Petrobras para subsidiar o preço dos combustíveis. Está ficando complicado.