Sem acordo com o setor, a Enel elevou a cobrança para o uso de postes pelas empresas de internet. Com isso, a União dos Provedores do Ceará (Uniproce) estima que o preço médio do serviço das pequenas empresas, que atendem cerca de 70% do mercado local, irá disparar de R$ 70 para R$ 240.
Os provedores têm até 30 de novembro próximo para aceitar as propostas de aumento da distribuidora. Portanto, a previsão de repasse para o consumidor final já é em dezembro deste ano.
Além da alta para os clientes, a entidade projeta o fechamento dos pequenos negócios e a extinção de 100 mil postos de trabalho no Ceará.
A Enel, contudo, afirma que o percentual proposto já foi reduzido. Conforme a associação, os pequenos provedores fornecem internet para 5,6 milhões de pessoas no Ceará.
A nova cobrança da tarifa para a instalação de equipamentos em postes é discutida desde fevereiro deste ano. Após reuniões ao longo dos últimos meses, não houve acordo entre a Enel e as representantes do setor. Ao todo, são 1.293 estabelecimentos.
ENTENDA A COBRANÇA
Atualmente, a taxa paga pelos provedores à distribuidora é de R$ 12 por cada poste. Segundo o presidente da Uniproce, Davi Leite, a Enel quer aumentá-la para R$ 36 ou para um percentual gradual que pode corresponder a até quatro vezes mais que o valor atual, a depender do número de equipamentos instalados.
“Houve várias reuniões, mas não chegamos a um consenso. O problema persistia e eram valores muito elevados, que iam impactar nossos consumidores. Afirmamos que não teríamos como aceitar porque já era difícil o consumidor pagar R$ 70, imagine R$ 280”, enfatizou, contextualizando com a crise econômica.
Apesar das tentativas, afirmou, a Enel decidiu impor a cobrança, nesta quarta-feira (19), com prazo para a escolha de uma das duas modalidades de tarifas até 30 de novembro.
A diretora Jurídica da Uniproce, Ana Aguiar, informou que as entidades irão recorrer judicialmente, além de acionar o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Fonte: Diário do Nordeste