O Ceará pode perder um parque de cânion inteiro e ainda metade da maior unidade de conservação ambiental do estado devido ao litígio com o Piauí (entenda a disputa abaixo). Novos estudos sobre o território foram apresentados nesta terça-feira (11).
O Parque Estadual do Cânion Cearense do Rio Poti está completamente dentro da área em disputa. Além do parque, 48,3% da Área de Proteção Ambiental (APA) do Boqueirão do Rio Poti está na área de litígio — o parque, inclusive, faz parte dessa APA.
A APA do Boqueirão do Poti é a maior Unidade de Conservação do Ceará, com 63.332 hectares, que se estendem pelos municípios de Crateús, Poranga e Ipaporanga. As informações foram apresentadas no documento “Ações ambientais do Estado do Ceará na área de litígio CE-PI” desenvolvido pelo Grupo Técnico de Trabalho, criado para discutir o tema.
As duas unidades de conservação foram criadas pelo Governo do Ceará para tentar garantir a contribuição para existência de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. O parque é uma unidade de conservação de proteção integral e a outra área é de uso sustentável.
O Parque Estadual do Cânion Cearense do Rio Poti fica entre os dois estados; no Ceará, ele se localiza nos municípios de Crateús e Poranga.
Novos estudos
As análises apresentadas abordam aspectos relacionados às questões ambiental, hidrográfica, econômica e sociocultural da população que vive na área em disputa. Conforme as pesquisas, os estudos comprovam que o Ceará possui domínio sobre a região.
Nas novas pesquisas, a área disputada abriga ecossistemas únicos e recursos naturais significativos, incluindo áreas de preservação permanente e unidades de conservação ambientais do Ceará.
A Defensoria Pública e o Grupo Técnico de Trabalho do governo estadual, coordenado pela Procuradoria Geral do Estado, fizeram os estudos após audiências públicas promovidas para escuta da população e apresentação de diversos estudos científicos abordando aspectos históricos, sociais e territoriais envolvendo a questão do litígio entre os dois estados.