A equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) que está investigando as origens do coronavírus visitou nesta quarta-feira (3) o Instituto de Virologia de Wuhan, cidade chinesa onde os primeiros casos da “pneumonia anormal” foram registrados no fim de dezembro de 2019.
O laboratório foi acusado por diversas teorias conspiratórias de ter sido o local do vazamento do coronavírus que provoca a covid-19, inclusive com ataques sistêmicos do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Porém, até o momento, a informação não foi confirmada. O Instituto de Virologia é considerado uma das referências internacionais nas pesquisas sobre o tema e, especialmente, sobre os coronavírus.
O local abriga mais de 1,5 mil espécies diferentes de morcegos e tem inúmeras pesquisas sobre o chamado “salto de espécie”, quando um vírus sai do reino animal para infectar os humanos. Em fevereiro do ano passado, foi dali que surgiu o estudo que concluiu que o Sars-CoV-2 tem uma sequência genética 96% equivalente a um coronavírus catalogado em um tipo de morcego.
A diretora do laboratório, Shi Zhengli, tem tanta especialização no estudo dos morcegos que ganhou o apelido de “Batwoman chinesa”. A titular, inclusive, acompanhou os especialistas do comitê durante a visita.
Teorias sobre a origem
Em entrevista à Sky News, um dos representantes da OMS, Peter Daszak, afirmou que a missão na cidade de Wuhan está recolhendo “dados que ninguém tinha visto até agora” e que “o grupo de informações que estamos juntando é de grande valor e está nos levando na direção correta”.
“Todas as teses ainda estão na mesa e estamos abertos a tudo. Se os dados nos levarem a um mercado de peixes, nós iremos; se nos levarem a uma fazenda de animais selvagens, nós iremos; se nos levarem a um laboratório, nós iremos”, acrescentou ainda Daszak.
A missão
A missão da OMS tem o objetivo de entender como o coronavírus causador da covid-19 passou para os humanos, uma pergunta sem resposta depois de mais de um ano de pandemia, e se Wuhan realmente foi o “marco zero” da crise sanitária ou apenas o primeiro lugar que notificou os casos.
O governo da China acompanha a visita e pede que o órgão também analise outros países, especialmente, após diversos estudos mostrarem a circulação do Sars-CoV-2 antes da notificação chinesa, ocorrida em 31 de dezembro. Itália, França, Espanha, Estados Unidos e Reino Unido já informaram ter encontrado o vírus em amostras de pacientes tratados por outras doenças no último trimestre de 2019.
No entanto, diversos são os governos que acusam Pequim de ter omitido informações no início da crise sanitária e tentado minimizar os riscos que a nova doença apresentava. Segundo dados da Universidade de Johns Hopkins, há quase 104 milhões de casos confirmados de Covid-19 no mundo e 2,2 milhões de mortes.
Fonte:R7